O Itaú disse que as demissões da última segunda-feira (8) aconteceram após uma "revisão criteriosa" sobre o trabalho remoto. Cerca de mil pessoas foram demitidas da empresa, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
De acordo com o sindicato, o banco alegou que as demissões estão baseadas em "registros de inatividade nas máquinas corporativas".
Funcionários afirmam que a empresa usa o programa de monitoramento remoto XOne, que rastreia, entre outras coisas, o uso do teclado e do mouse.
O banco também identifica se o funcionário entrou em chamadas de vídeo, fez cursos à distância e enviou mensagens, mas não captura telas, áudios ou vídeos, segundo reportagem da BBC.
A depender da configuração, ele monitora se cada colaborador cumpre a jornada de trabalho e tem um período de inatividade muito alto. É possível detectar também a localização e a lista de sites e programas acessados.
A empresa pode acessar um painel com índices de produtividade de cada funcionário e equipe.
Em materiais de divulgação, o XOne promete oferecer a gestores de equipes "insights valiosos para ajudar na concentração e na diminuição da dispersão nas tarefas cotidianas".
Este não é o único programa de monitoramento de funcionários. Ferramentas como Time Doctor e Teramind prometem ajudar a melhorar a eficiência e até a identificar funcionários que falsificam sua atividade no trabalho remoto.
Monitoramento no Time Doctor — Foto: Divulgação/Time Doctor
Monitoramento é permitido, desde que informado
O monitoramento em computadores corporativos é permitido por lei desde que seja adotado com transparência, proporcionalidade e finalidade legítima, explicou ao g1 a advogada trabalhista Luana Couto Bizerra.
Mas ela apontou que considerar apenas a movimentação de mouse ou do teclado pode gerar informações distorcidas sobre produtividade, já que o funcionário executar tarefas que não exigem interação direta com o computador.
De acordo com a BBC, o Itaú disse que o monitoramento está previsto em políticas internas assinadas por colaboradores e em acordo com sindicatos.
O Sindicato dos Bancários criticou as demissões por entender que o Itaú não levou em conta a complexidade do trabalho remoto. A entidade também disse que trabalhadores foram demitidos sem advertência prévia nem espaço para se defender.
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